quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Liberdade em tempo do excesso de redes sociais

Facebook, a rede social mais acessada atualmente, que fiz questão de desativar. Com mais de 2000 ‘amigos’, em torno de 600 marcações em fotos eu desativei no inicio de 2015 e até hoje não me arrependo.

Na maioria das vezes, quando as pessoas perguntam qual o meu Facebook, ainda fazem aquela cara de susto quando digo que não tenho e que a resposta é não quando me pedem para criar uma conta. Eu desativei a conta por vários motivos, entre eles percebendo que não adianta ter 2000 amigos em uma rede social quando apenas 5 são verdadeiros, as marcações são marcadas nas fotos em que quem marcou está perfeito enquanto você está fazendo careta ou piscou na hora e acrescentando que você mau aproveitou o local porque toda hora alguém chegava querendo fazer registro de tudo, além de tudo não tenho pessoas me enchendo o saco porque não respondi elas no chat na hora que a mensagem foi enviada.

Dai veio o instagram, a rede social das fotos maravilhosas e felizes o tempo todo. Eu amo fotos, tirar então nem se fala, mas comecei a perceber que nos melhores momentos e com as melhores pessoas eu não tinha muitas fotos. Na presença deles eu nem lembrava de ter um registro a prova, apenas queria aproveitar o momento. A partir disso, meu uso foi diminuindo, se antes eu usava sites online e conseguia cronogramar até 3 meses de postagens que seriam automáticas, sem ao menos eu entrar na rede, com o tempo fui parando de vez, parando de ver pessoas fingindo sorrisos, alegrias e principalmente mostrando para os outros ao invés de si mesmo.

O twitter, sempre amei, para mim é aquela rede social que nunca vai acabar e sempre aumenta os usuários. Mas advinha? Parei de postar, enquanto eu perdia tempo digitando para mostrar meu dia ou desabafar, hoje faço isso com os amigos, amigos reais e verdadeiros, que me ouvem, aconselham, brigam e se divertem. Se antes eu usava quase sem parar, hoje penso muito antes de twittar minha vida e minhas opiniões para o mundo inteiro ler.

Estou escrevendo esse texto porque fiquei pensando sobre essa tal liberdade que vive na gente. Queremos ser libertos, ir e vir, brincar, zuar, não querendo que os outros se ‘metam’ na vida da gente. Andei me perguntando se as pessoas que realmente querem liberdade estão conectadas as redes sociais, postando toda a vida dele(a). 

Se queremos liberdade, temos sim o direito de postar, mas se realmente queremos, me pergunto para que postar quando a liberdade vem de dentro de nos e não numa manifestação de mostrar o outro um “espetáculo” de vida.

Quando resolvi mexer menos no instagram notei que as fotos que eu tirava poderiam ser apenas minha, efetuada em minha memória e na câmera que registrou o momento. Quando diminui minhas entradas no twitter, descobri que ele tem um mecanismo que tenta me buscar de volta, porque eu recebo emails deles toda hora, coisa que antes não era comum, também aprendi que o silêncio é uma sabedoria e que nossos pensamentos não precisam de ser vistos pelos outros ou de serem registrados em redes. O que achamos bons guardamos em um papel ou usamos de inspiração para outras pessoas que buscam em nós soluções, e não para o mundo inteiro ficar sabendo.

Voltando a liberdade, pensei que se reclamamos tanto que não temos ela, é porque parte de nós insiste em querer mostrar aos outros o que se passa, ao contrario do que a liberdade nos dar, que seriam todos cuidarem da própria vida.
A liberdade nos dar força de escolhas, enquanto as redes sociais nos tiram, sem querer estamos ficamos escravos de likes, comentários, posts grandes que não chegam a lugar nenhum, pessoas liquidas, aparências que nem sempre nos pertencem e claro, presos a uma tela que mesmo que não tenha novidade nenhuma, nos garante prazer temporário de má qualidade e ainda roubando nosso tempo.

Contudo, mesmo que escreva tudo isso, cabe a cada um definir sua liberdade, principalmente na sociedades em que estamos todos próximos do mundo mas distantes da vida, ou explicando melhor, próximos a tudo que as redes e a sociedade quer, mas distantes do que sentimos e somos.

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